Acenda o pavio!
Nas mãos do diretor Brad Bird, o quarto “Missão: Impossível” é o grande filme de ação de 2011. Além do atestado de sanidade de Tom Cruise…
Missão Impossível – Protocolo Fantasma (Mission: Impossible – Ghost Protocol, 2011), em cartaz no país a partir da próxima sexta-feira, já começa com uma tarefa um tanto ingrata: terminar de resgatar a carreira de seu astro – incumbência mais complicada do que aparenta, já que Tom Cruise quase se afundou por conta de tantos vexames dados há alguns anos.
Mas para o diretor Brad Bird, essa missão quase impossível parece ter sido cumprida sem muitas complicações. Sem nenhuma, aliás. Isso porque, ao contrário do que parece, o fato de Bird ter experiência – apenas – no mundo animado só contribui para o resultado do filme. Como esta é a estreia do diretor de obras como O Gigante de Ferro, Os Incríveis e o excelentíssimo Ratatouille num filme de live-action, não há nenhuma barreira que limite a criatividade na hora de comandar as sequências de ação.
E que sequências de ação! Como exemplo, sem deixar de ser óbvio, a cena em que Cruise escala o edifício Burj Khalifa, que sozinha já vale o filme. Já como um todo, Missão é incessante – e incessante ao extremo, pois são poucos os momentos livres de adrenalina.
Na trama, o agente Ethan Hunt vai precisar impedir um ataque de um terrorista que pretende causar uma segunda Guerra Nuclear. Para isso, vai contar com a ajuda de uma equipe formada pela agente Jane (papel da ótima Paula Patton), o especialista em assuntos tecnológicos Benji (Simon Pegg, responsável pela parte cômica do longa) e o analista Brandt (Jeremy Renner). O porém é que esta será uma missão, como o próprio título explica, fantasma. Dessa forma, o time está sozinho, sem a ajuda da IMF.
Quem ajuda Bird nesta grande retomada é J.J. Abrams, responsável pelo filme anterior e agora produtor deste. Com ele, trouxe dois dos roteiristas do seriado Alias (criado pelo próprio), que entregam um roteiro prático e sem nenhum embaraço.
O que interessa, porém, em Missão: Impossível – Protocolo Fantasma é a audácia de Bird nas explosivas cenas de ação, que parecem sempre ir além do permitido. Característica comum ao diretor, que apenas mudou de ares – da animação para o mundo real.
O resultado é nada mais que o melhor filme de ação do ano, além de o mais bem-sucedido da franquia. Sem contar com o tão esperado perdão de Cruise, que – acima de qualquer escândalo – é sempre um senhor ator.